segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Lídia Ferreira de Souza



Texto de Antonio Carlos Popinhaki


Lídia Ferreira de Souza nasceu na vila de Marombas em 16 de agosto de 1933, filha de João Ferreira de Souza e Sebastiana Julia Weber. Não há muitas informações sobre seu aprendizado formal na infância, mas é provável que ela tenha aprendido a ler e escrever com algum professor que lecionava na vila de Marombas. Atualmente, sua filha Tereza afirma desconhecer como a mãe foi alfabetizada, mas ressalta que ela tinha uma excelente capacidade de leitura e escrita, além de saber fazer contas de matemática.

Na juventude, conheceu o jovem Zenaide Cândido Ferreira dos Santos, morador da região do Taquaruçu, com quem iniciou um namoro que resultou em casamento. Do relacionamento, nasceram dois filhos aos quais deram os nomes de Valdemar e Vilmar, mas ambos faleceram ainda bebês, vítimas de doenças causadas pela falta de cuidados médicos adequados. A perda foi devastadora para Zenaide e Lídia. Logo após, Lídia engravidou novamente e deu à luz uma menina, a quem chamaram de Tereza. Sendo pessoas simples, com pouca escolaridade e entendimento, Lídia e Zenaide acreditaram que a morte dos filhos anteriores tivesse ocorrido por conta de algum vírus ou bactéria. Por isso, passaram a criar Tereza com extremo cuidado. Não a deixavam brincar no pátio da casa, temendo que ela pudesse adoecer. Não deixavam a menina comer nada gelado e quando saiam, a menina tinha que ficar sob um enorme guarda-chuva. Sempre que alguém visitava a residência do casal, a menina era trancada em um quarto, para evitar que as visitas, por mais que não soubessem, pudessem transmitir algum resfriado ou gripe. O medo de perder a filha, como perderam os dois primeiros filhos, os consumia.

Dessa forma, Tereza foi mantida isolada na casa do casal, que ficava na fazenda de João Ferreira de Souza, pai de Lídia. Eles construíram uma residência no centro da fazenda, que possuía mais de 100 alqueires de terra agricultáveis e para o uso da pecuária, com matas e faxinais. Lá, Zenaide buscava formas de sustentar a esposa e a filha pequena. Lídia era uma mulher muito austera, com características herdadas de seus pais, João Ferreira de Souza e Sebastiana Julia Weber. Segundo as lembranças de Tereza sobre sua mãe, "Lídia era extremamente rigorosa na educação". Durante o tempo em que viveram na fazenda de seu pai, Lídia não engravidou novamente.

Em 13 de outubro de 1968, João Ferreira de Souza faleceu devido a complicações de um câncer no estômago. Zenaide e Lídia herdaram uma parte da fazenda no processo de inventário. O casal logo vendeu sua parte e comprou 8 alqueires de terra em Curitibanos, às margens da estrada que liga a área urbana do município à localidade da Lagoinha.

O casal Zenaide e Lídia teve, ao todo, quatro filhos: dois meninos, que faleceram ainda na infância, Tereza e, posteriormente, outra filha chamada Rosane Aparecida dos Santos. Infelizmente, Rosane faleceu ainda jovem devido a complicações relacionadas à insuficiência renal e meningite. Ela foi casada por duas vezes e não teve filhos.

Em Curitibanos, Zenaide foi batizado em uma igreja evangélica, mais especificamente na Igreja do Evangelho Quadrangular, tornando-se um membro muito dedicado dessa denominação. No entanto, os demais membros da família não demonstraram a mesma firmeza nos ensinamentos e na observância dos dogmas da organização, o que os levou a não permanecerem fiéis.

Lídia Ferreira de Souza faleceu no dia 4 de julho de 2008. Ela já era viúva de Zenaide, que havia falecido em 2 de novembro de 2002. Após a morte de Lídia, a única filha do casal que ainda estava viva, Tereza, herdou a propriedade da família, dividindo-a posteriormente em lotes para os demais herdeiros.




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